Pastor José Jacinto Da Silva

Nasceu em Ilhéus, Bahia e veio para Pernambuco a fim de estudar no Seminário Teológico. Era músico, evangelista e missionário.

Trabalhou como missionário da Convenção Batista de Pernambuco durante vários anos.

Ingressou no Colégio Americano Batista em 1929 e concluiu o curso de Bacharel em Ciências e Letras, no mesmo ano em que recebeu formação teológica pelo STBNB, como Mestre em Teologia, em 1932. Sua turma era composta por Helcias Raposo Câmara, João Norberto da Silva, Davi Bueno Teixeirense, entre outros.

Pastoreou a 2ª IB de Rio Branco, de 1933 a 1937, quando motivado pelo Senhor, desbravou o Sertão, pregando o Evangelho do Reino. Esse bravo “homem de Deus” partia pelas estradas sertanejas a cavalo e por muitas vezes a pé, em companhia dos tropeiros da região.

“Conta-se que, certa vez, ao perder o horário de saída dos tropeiros, por se atrasar cerca de uma hora, José Jacinto decidiu seguir viagem sozinho pelo longo caminho e, por andar apressadamente, sem fazer nenhuma parada, conseguiu alcançá-los, tendo inclusive, no dia seguinte, chegado cedo em São Francisco. Logo pela manhã visitou a casa de Antônia Filgueira, esteve no distrito de Santa Maria (Tupananci) e à tarde no Açude do Pau. À noite retornou à Santa Maria para realizar o culto”.

Assistiu às congregações de Santa Maria (Tupananci), Floresta dos Navios, Macambira (Custódia), Barreiros, São Domingos, Carneiro e Vila Bela (Serra Talhada), especificamente, por três anos e meio. Após batizar os primeiros convertidos, em 1934, dava-lhes assistência, cerca de cinco dias por mês, vindo mais tarde a se tornar o seu primeiro pastor oficial.

Formou a Igreja Batista de Vila Bela (Serra Talhada), em 08 de dezembro de 1937, através do Concílio composto pelos pastores Orlando Rego Falcão (IB de Água Fria), Marcionílio de Carvalho (IB de Salgueiro) e ele, José Jacinto, (2ª IB de Rio Branco). Formou também, a Igreja Batista de Cabrobó (14.09.1935) e a Igreja Batista de Santa Maria (05.12.1937).

Em 1938, chamado pelo Senhor para outra seara, a Bahia, obedeceu-lhe e trabalhou incessantemente pregando Jesus Cristo até a sua morte¹.

O Pastor Misael Cavalcanti, natural de Cabrobó (PE), relata que o Pastor José Jacinto fundou 28 igrejas e congregações nos Estados de Pernambuco e Bahia. O pastor narra, ainda, que o seu pai Cícero Caló, dizia, que, em certa ocasião, o Pastor José Jacinto foi pregar o Evangelho em Terra Nova, distrito de Cabrobó (PE), lugar onde não era permitido os protestantes anunciarem a Cristo. Entretanto, corajosamente, o Pastor José Jacinto começou a pregar na praça da feira. Um “puxa-saco” foi avisar ao “coronel” da vila que havia um pastor falando de Cristo na praça e se ofereceu para expulsá-lo; o “coronel” disse deixa que eu vou pessoalmente. Quando mandou o pastor parar, ouviu uma resposta que o deixou paralisado e bateu-se em retirada. O homem de Deus, cheio do Espírito Santo, disse: “Eu não tenho a minha vida por preciosa, importa a mim pregar o evangelho do meu Senhor Jesus e cumprir o seu IDE”. (Atos20:24). Agora, o senhor faça o que quiser comigo, eu estou pronto para tudo. Que coragem! Que exemplo de entrega total! E quanto ao “puxa-saco,” que estava ciscando e se ofereceu para dar uma surra no pastor, quando foi pegar, o seu cavalo, à tarde, ao desatar a corda, foi picado por uma cascavel e morreu. A notícia se espalhou pela cidade, e o evangelho prosperou em toda região.

O Pastor Jacinto era mestre em evangelismo de casa em casa e começava contando a parábola das dez virgens, cinco prudentes e cinco tolas e sempre terminava convertendo a família para Cristo. Como aconteceu a uma mulher na cidade de Flores (PE), dona de uma pensão e organista da Igreja Católica, que, ao ouvir a mensagem do Evangelho, não conseguiu dormir e, pela manhã, entregou-se a Cristo. O avô do Pastor Misael dizia que as pessoas choravam ao ouvir as mensagens emocionantes do Pastor Jacinto. Que maravilha! O Pastor Jacinto escolhia os melhores locais da cidade para edificar os templos das igrejas e escolas que ele organizava. Ele dizia: “quando chego numa cidade eu quero dominar pelo evangelho, pela educação e pela política”. Até depois de longas datas, ainda teve forças para organizar mais 04 igrejas em Salvador (BA) e 01 em Camaçari (BA).

O Pastor Jacinto pode dizer como Paulo: “Combati o bom combate, cumpri o meu Ministério com coragem, alegria, humildade e amor”. Deixo este mundo melhor. Após conviver com muitos e viver por 87 anos a serviço do Rei, volto para casa do Pai (março de 1979) para ouvir: “Muito bem, servo bom e fiel, sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei”. Amém².



¹Gomes, Aparecida Maria Alvino Cavalcanti. Tempo de Celebrar. Serra Talhada: Gráfica Ponto Final, 2007, p. 49-51.

²Cavalcanti, Misael Freire. Relato histórico sobre o Pastor José Jacinto, 2003.

Trabalho Missionário

Clique nas fotos para ampliar.
Sítio Veneranda do Sargento da PM, David Jurubeba. Nesse Sítio, nas águas do Rio Pajeú, foram realizados os primeiros batismos em Vila Bela, atual Serra Talhada (PE), pelo Pastor José Jacinto em 27/05/1934. Foram batizados os primeiros convertidos: Luiz de Souza Nogueira, Auta Gomes de Sá, João Gomes de Souza Jurubeba e Floriza Alves de Souza Jurubeba.

Extraído do livro de:
Gomes, Aparecida M. Cavalcanti, Tempo de Celebrar. Serra Talhada: Gráfica Ponto Final, 2007, p.14 e 146.
Templo da Igreja Primitiva de Cabrobó (PE), organizada pelo Pastor José Jacinto em 14/09/1935.
Templo atual da Igreja Batista em Serra Talhada (PE), orgamnizada pelo Pastor José Jacinto em 08/12/1937. Ele foi ainda, o seu primeiro pastor. A congregação também foi organizada por em 1934.
Templo atual da Igreja Batista em Salgueiro (PE), organizada em 1937 pelo Pastor José Jacinto.
Publicação do Pastor Misael Cavalcanti, elaborada com competência e baseada na experiência adquirida durante 30 anos de vivência no ministério pastoral. Pastor Misael é sertanejo, filho de Cabrobó e fruto da semente plantada pelo Pastor José Jacinto na sua grande família em 1933, evangelizando o seu avô Alexandre Caló e o seu pai Cícero Cavalcanti, entre outros. Salvador, Edição do autor, 2005. 20 p.
Desenvolvido por   LeoMiranda.com